Publicidade infantil: até onde sua marca pode ir? | Blog - Agências3 - Agência de Publicidade Porto Alegre Whatsapp
08/10/2025

Publicidade infantil: até onde sua marca pode ir?

Outubro é o mês do Dia das Crianças, e com ele aumenta o número de campanhas voltadas ao público infantil. Mas será que toda ação publicitária com crianças é permitida? 

A resposta é não. A publicidade infantil é um tema sensível, regulamentado por lei, e exige atenção redobrada de marcas e agências. Um deslize pode gerar desde processos judiciais até danos sérios à reputação da marca. 

Mas afinal, o que realmente é publicidade infantil? 

A publicidade infantil é qualquer forma de comunicação comercial que tenha como alvo crianças menores de 12 anos. Isso inclui: 

> Comerciais de TV, rádio e internet. 
> Anúncios em redes sociais 
> Ações em escolas, pontos de venda e aplicativos 
> Conteúdo com linguagem, músicas, personagens ou ícones que despertem o interesse infantil. 

Segundo o Instituto Alana, qualquer tentativa de persuadir uma criança ao consumo é considerada abusiva, já que este público ainda não tem maturidade para compreender a intenção persuasiva da publicidade. 

A publicidade infantil é regulada principalmente pelo Código de Defesa do Consumidor e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)

De acordo com o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), campanhas com crianças devem seguir regras rígidas, como: 

> Evitar apelos diretos ao consumo (“peça para seus pais comprarem”). 
> Não explorar a ingenuidade, imaginação ou inexperiência da criança. 
> Não usar personagens infantis para induzir a compra. 
> Garantir que qualquer participação da criança respeite sua integridade física e emocional. 

Em 2014, o STJ consolidou entendimento de que publicidade direcionada a crianças é abusiva e, portanto, ilegal. 

Mesmo com regulamentação, muitos anunciantes ainda cometem equívocos, especialmente em datas sazonais como o Dia das Crianças. Entre os principais erros estão: 

> Usar crianças como protagonistas em comerciais de produtos infantis. 
> Campanhas digitais que exploram “influencers mirins”. 
> Promoções com brindes colecionáveis que incentivam consumo repetido. 

Essas práticas podem gerar ações judiciais, multas e danos de imagem. 

Para construir campanhas seguras e eficazes, marcas devem: 

> Focar nos pais e responsáveis: Direcionar a comunicação para quem realmente decide a compra. 
Valorizar o brincar, não o consumir: Explorar mensagens educativas e afetivas, sem estímulo direto à compra. 
Ter linguagem clara e responsável: Evitar exageros, promessas ou manipulação emocional. 
Atuar com transparência: Informar sobre promoções, condições e restrições de forma acessível. 
Validar com especialistas: Sempre consultar jurídico e equipe de compliance antes da veiculação. 

Muito além das multas, campanhas inadequadas podem afetar seriamente a credibilidade da marca. Consumidores estão cada vez mais atentos e críticos. Uma ação mal interpretada pode se espalhar nas redes sociais em questão de horas. 

Em contrapartida, marcas que demonstram responsabilidade com o público infantil reforçam valores como ética, cuidado e confiança, aumentando sua autoridade no mercado. 

A publicidade infantil não é apenas um desafio criativo: é uma questão legal e ética que exige responsabilidade de todas as marcas. 

Antes de usar a imagem de crianças em campanhas, pergunte-se: minha marca está respeitando os limites legais e construindo uma comunicação saudável? 

Se a resposta não for clara, é hora de rever sua estratégia. 

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Texto escrito por Sarah Lazzarin, Publicitária e Head de Conteúdo na Agência S3.