Afinal, o que é Nano Banana? | Blog - Agências3 - Agência de Publicidade Porto Alegre Whatsapp
13/11/2025

Afinal, o que é Nano Banana?

Lançado no final de agosto em sua versão 2.5, o Gemini Flash Image, popularmente conhecido como Nano Banana, chegou causando impactos no mundo de inteligências artificiais generativas, na mídia e, claro, no marketing, publicidade e comunicação.  

Mas, afinal, o que é o Nano Banana?  

Nesse artigo vamos explicar o que é essa ferramenta de IA, seus pontos fortes e fracos e, principalmente, o impacto desse gerador de imagens.  

Confira!  

 

Nano Banana de A a Z 

Dentre as inteligências artificiais generativas de imagens, o Gemini Flash Image não era considerado um dos melhores.  

Todavia, com o lançamento de sua versão 2.5 isso mudou. 

Não pela capacidade da IA de gerar imagens do zero, — na verdade isso continua um ponto fraco em comparação à outras IAs generativas de imagens, como o Midjourney — mas sim como uma ferramenta de edição e manipulação de imagens, como aponta Douglas Fontella, Diretor de Arte e Head de Criação na Agência S3, “O Nano Banana tem sido uma grande aliada para os designers, especialmente ao simplificar ajustes em fotos amadoras com edições precisas e quase instantâneas (pagando claro)”. Além disso, a ferramenta tem “Recursos como remoção de objetos, combinação de fotos, ajustes de cor e iluminação, além da expansão generativa de imagens pequenas (salva muito), [que] têm facilitado bastante a criação de materiais para empresas”, evidencia o Diretor de Arte. 

Até o próprio Google, na página de introdução ao Nano Banana destaca o potencial de manipulação de imagens, mostrando a força da ferramenta para produzir imagens ultrarrealistas com base em elementos que não estavam juntos originalmente. 

Porém, de acordo com Douglas, “Apesar dos avanços, acredito que o Nano Banana tem muito potencial para evoluir”, o que nos leva… 

 

O bom, o mau e o Nano Banana 

Como mencionado anteriormente, o principal ponto forte do Gemini Flash Image 2.5 é a edição e manipulação de imagens, mas quanto a geração de imagens? 

A verdade é que o Nano Banana ainda é uma IA generativa e, portanto, suas imagens têm cara de IA. Pessoas e animais sem vida, expressão ou movimento; objetos e texturas que parecem de porcelana, com uma mão de cera para ficarem lustrosos; dificuldade de representação de textos nas imagens, que transformam palavras comuns da nossa língua em hieróglifos; entre outros detalhes que fazem das imagens de IA ter cara de imagem de IA.  

“Outra limitação”, indica Douglas, “é a perda de consistência visual que após múltiplas edições na mesma imagem, gerando falhas anatômicas — especialmente em mãos e dedos.” Apontando em específico alguns meios que deixam a desejar, “os alimentos frequentemente ficam com aparência estética pouco realista, e embalagens de produtos, mesmo que bem descritas no prompt, podem apresentar falhas visuais que comprometem a qualidade final.” 

Porém, ao combinar IAs generativas é possível atingir melhores resultados, como aponta o Head de Criação na S3, “Também sugiro combinar o Nano Banana com outras ferramentas de geração de imagem, como Perplexity, Whisky Google, e ChatGPT para criação de prompts (especialmente em inglês, que gera melhores resultados), além de sites de upscale para melhorar a qualidade final das imagens.” 

Entretanto, se tem uma coisa que vimos em relação à geração de imagens por IA, é que essas ferramentas são muito habilidosas em se apropriar e reproduzir estilos e traços artísticos, como o do Studio Ghibli, que viralizou nas redes sociais por volta de março e abril de 2025. E, especialmente no caso do Nano Banana, extremamente habilidoso na edição de imagens, principalmente para empresas do ramo mobiliário, de vestuário e entre outros, o que abre diversas oportunidades para pequenos negócios. 

“No entanto,” destaca Douglas, “o uso excessivo pode reduzir a exploração criativa humana, levando a trabalhos menos originais.” 

Com isso em mente, vamos a outro ponto: a evolução das IAs generativas é constante. É um mercado com níveis estratosféricos de investimento. As Big Techs estão apostando o presente e futuro nisso, o que significa que as ferramentas terão melhorias contínuas e que a qualidade das imagens só tende a melhorar. 

 

Uma melhora a custo de que? 

Falar sobre o impacto de IAs generativas como o Nano Banana é sempre lidar com uma balança. Para qual lado a balança está pendendo depende de quem se pergunta.  

A praticidade que é levada para o dia a dia de trabalhadores, estudantes e até mesmo pessoas curiosas é inegável. Tarefas de manipulação de imagem que levariam horas e horas de trabalho, com o Nano Banana são feitas em alguns segundos. Uma redação que levaria horas de dor de cabeça para pensar, estruturar e escrever pode ser feita em segundos, revisada e ajustada em alguns minutos e estar pronta para entrega em seguida. Uma dúvida aleatória sanada em momentos, às vezes até com citação de fontes.  

“De modo geral, vejo as IAs como o Nano Banana democratizando a criação visual, permitindo que pessoas sem experiência técnica alcancem resultados satisfatórios e acelerando tarefas que antes demandavam muito conhecimento em edição.” 

Mas… e quanto ao custo para essas respostas e imagens? Bom, quanto a isso quem paga não é somente a empresa dona da IA, mas sim todos nós. Segundo uma pesquisa das Universidades de Colorado Riverside e Texas Arlington, via CNN Brasil, a estimativa dos custos de água para a demanda global de inteligências artificiais generativas até 2027 é estimada “entre 4,2 e 6,6 bilhões de metros cúbicos de captação de água”, o equivalente a, aproximadamente, 5 lagos guaíba. 

Como aponta Douglas Fontella, “precisamos estar atentos ao fenômeno das deepfakes e conteúdos falsos altamente realistas, que a partir dessas ferramentas podem se propagar mais facilmente”. O que possui um alto potencial de viralização de notícias e informações falsas, com alto potencial de desinformação e manipulação da opinião pública.   

Outro ponto que não pode ser desvinculado das IAs generativas é que para a geração destas imagens e montagens, a ferramenta precisou (e precisa) de alguma referência, o que leva a casos como o das imagens estilo Ghibli, onde a ferramenta utilizou do estilo e traço artístico dos filmes de um estúdio amado e reverenciado para gerar imagens e se promover — o que pode ser conhecido como plágio. 

Mas e no caso de artistas pequenos que não possuem a fama, prestígio, dinheiro (e advogados) que o Studio Ghibli possui para defesa? Suas obras são livres para cópia e cola de ferramentas generativas pela falta de recursos de seus autores?  

 

Afinal, o que uma IA significa?  

Embora a reprodutibilidade de obras feitas por IAs seja impressionante — e, em alguns casos, imprescindível para a manutenção de pequenos negócios e profissionais autônomos — o que é se não a reprodução de algo já existente?  

A intenção e a expressão são integrais ao fazer artístico, profissional e acadêmico. Um fazer que as IAs generativas não possuem e que não cabe em linhas de código.  

A realidade é que as IAs generativas vivem em constantes “revoluções”: seja no lançamento de novos modelos do ChatGPT e na capacidade de edição de imagens do Nano Banana, seja na forma como o trabalho é realizado hoje e será realizado no futuro. Tarefas são feitas de forma mais estruturada e rápida, aumentando a produtividade de negócios e trabalhadores.  

No entanto, uma “revolução” que não leva em conta o melhor para a maioria pode ser chamada de revolução?  

Uma coisa é certa: IA não substitui o olhar, a paixão e o trabalho humano.  

 

Texto escrito por João Victor Dias, graduando em Publicidade e Propaganda e Conteúdo na Agência S3.